Você quer uma bala?



Olá, PessoALL!

Há alguns dias estou pra contar essa história pra vocês.

Inspirada num estudo a respeito de Limites na Educação (livro de Içami Tiba), durante uma aula livre, lembramos de uma brincadeira que traz sempre uma análise interessante do comportamento das crianças: A Dinâmica da Bala.

A dinâmica é bem simples, pode ser feita com crianças e adultos, bastar ter um saco de balas! :)

Coloque as crianças em círculo (sentadas ou em pé), e,  no centro, em uma mesa ou cadeira, coloque balas no mesmo número de crianças que existem na brincadeira.
A missão é super simples: COMER UMA BALA.
E a regra mais simples ainda: NÃO PODE DOBRAR O BRAÇO!
(Dependendo da idade, colocamos palitos de sorvete no braço, presos com durex para evitar que dobrem os braços mesmo).

Faça você aí, agora... pegue uma bala ou chiclete. Se você não pode dobrar o braço pra levar até a boca o doce, o que você faria??? Pense!!

Vejam só o que aconteceu em sala de aula:

Primeira Tentativa
Ao dizer que elas podiam pegar a bala, várias crianças "voaram" na mesa e pegaram VÁRIAS balas, inclusive algumas empurrando as outras. 
As balas eram contadas, claro que algumas crianças ficaram sem balas.

Nem preciso dizer que foram super educadas e respeitosas, né? 

Segunda Tentativa
Ao dizer que elas podiam pegar a bala, nessa segunda vez, cada um pegou apenas uma bala  e tivemos cenas interessantes:

a) Alguns guardaram no bolso a sua bala.
As crianças ao serem questionadas porque não pediram ajuda de alguém na hora,elas disseram que nem pensaram nisso, e que depois que acabasse a brincadeira, ela comeria sozinha a bala dela, sem encheção de saco.
Uau! Onde foi parar a humildade em saber pedir ajuda? Com licença, por favor e obrigado ainda são utilizados, hein!

Inclusive haviam pessoas que estavam fora da brincadeira e poderiam ajudá-las, era só pedir!

b) Alguns desembrulharam as balas e saíram jogando pra cima, na tentativa de pegar a bala com a boca, ou mesmo esticando o braço, ou colocando a bala na mesa e pegando com a boca.
As crianças ao serem questionadas porque não pediram ajuda de alguém na hora, elas também disseram que não pensaram nisso, só queriam era comer a bala, e se pedissem pra alguém, esse alguém poderia comer a bala deles!!!

UAU 2 ! Egoismo e Individualismo foram a lição de casa da semana???? 
Elas pegavam a bala do chão e comiam, só para ELES comerem.

c) Alguns como quem não visse nada, dobraram os braços e colocaram a bala na boca.
As crianças ao serem questionadas porque fizeram isso, disseram que nem pensaram, acharam que ninguém estava vendo ou coisas similares.

UAU 3! E a honestidade? Havia uma regra na brincadeira... Se você faz algo errado "só porque ninguém está olhando", está na hora de repensar os seus valores!  

d) Mas nem tudo estava perdido, várias duplas se uniram, e cada um da dupla com o braço esticado abria e dava uma bala ao outro! Se a mão deles não conseguia chegar até a boca, ao menos, ela poderia chegar na boca do colega.
As crianças ao serem questionadas porque fizeram isso, disseram que parecia o certo, a solução da brincadeira. Mas algumas entenderam que era preciso AJUDAR O PRÓXIMO, saber pedir, saber ajudar e saber agradecer, era o necessário fazer.

Em vários momentos de nossas vidas, nos deparamos com situações que às vezes é preciso estender a mão pra ajudar e outras para pedir ajuda.

Nos estudos, no trabalho, no trânsito, nos esportes, nos relacionamentos, nas amizades... 
Nem sempre estamos aptos a fazer tudo, entender tudo, saber de tudo... é a troca de informações e experiências que nos fazem crescer.

Seja numa simples brincadeira, seja numa situação real, nunca podemos perder a referência do nosso caráter. Não podemos esconder de nós mesmos quem somos de verdade, e se, tem algo que você não gosta em si mesmo, vale lembrar, que sempre podemos mudar!

Uma ótima semana!




Comentários

  1. Legal Rê,
    Mas não sei qual a idade dessas crianças, em determinadas fases, elas são naturalmente egoístas.
    Cabe à nós adultos mostrar a importância e "vantagem" da cooperação, só que acabamos ensinando o contrário e assim elas nunca aprendem a trabalhar em equipe, tornando-se adultos mesquinhos e egoístas e assim o ciclo se repete. Infelizmente.
    Eu sou do interior e sempre estranhei esse individualismo do povo da capital, nas cidades pequenas, chega até à encher, mas é todo mundo preocupado um com outro - pro bem e pro mal rs
    Mas legal o teste, tomara que aos poucos as pessoas entendam o valor do próximo e os resultados de testes assim mudem um pouquinho ;)
    Paula

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